terça-feira, 28 de abril de 2015

Memórias



Para iniciar, meu nome é Verlaine Angela Zanesi Maciel, tenho 45 anos, as pessoas mais íntimas me chamam de Ver. O meu nome é bastante incomum e diferente, mas eu o acho bonito e sonoro. Acredito que se eu fosse escolher o meu próprio nome permaneceria com este. A escolha foi feita pela minha mãe. Os meus pais se chamam Valdir Angelo Zanesi e Vilma Maria Zanesi. Quando a minha mãe estava grávida e, naquela época não se fazia ecografia para saber o sexo dos bebês minha mãe pensou:
“__ Quero que o bebê tenha um nome com V e que seja bem diferente!”Então enquanto ela folheava um boletim informativo da empresa que o meu pai trabalhava a metalúrgica Abramo Eberle de Caxias do Sul, ela viu o nome Verlaine, gostou de cara e disse:
”___ Se for menina será Verlaine e, se menino Valdir Júnior.” No dia 1º de dezembro de 1969 então nasceu a Verlaine Angela Zanesi. Com o passar do tempo essa menina foi para a escola e já nos primeiros anos escolares decidiu:
 __Serei professora! Nos anos seguintes ingressei no curso de Magistério.
No período do estágio foi muito difícil, por vezes pensei em desistir, pois a clientela era complicada, mas tive o apoio da minha família e continuei firme. Enfim a formatura.
Ingressei na Universidade no curso de Ciências Biológicas e neste período veio o concurso público para professora do ensino municipal de da minha cidade. Resolvi participar fui aprovada e fui chamada em 12/10/1989. A minha primeira escola foi a escola municipal de ensino fundamental Luiz Antunes. No ano seguinte fui trabalhar no interior em Fazenda Souza, na escola Santa Maria Goretti. No ano seguinte fui para a escola São João Bosco na sede. Nesta escola eu tive uma experiência maravilhosa com crianças de 1ª série, alfabetizar aquelas crianças me deu a certeza de que eu estava no caminho certo. Seria professora e, de crianças pequenas. Neste ano conheci uma colega muito querida Márcia Helena Maciel Dall’ago que além de suas experiências profissionais, me apresentou o seu irmão Milton Fernando Maciel. Iniciamos um namoro que resultou em casamento no dia 27/02/1993. No dia 26/11/1993 nasceu nosso filho Victor Augusto  Zanesi Maciel e  em 05/11/2000 nasceu a nossa filha Carolina Zanesi Maciel.


Casamento com Milton Fernando


 

  
Filhos Victor e Carolina


A minha família me dá todo o apoio e suporte que preciso para dar continuidade a minha carreira.  Tenho três sobrinhos o Franco Dall’ago filho da minha cunhada Márcia, a Valentina Fabian Zanesi ,filha do meu irmão Valdenir André Zanesi e o Gustavo de Bona Zanesi, filho do meu irmão Vinícius Augusto Zanesi . A Valentina e o Gustavo além de sobrinhos são afilhados.


                               Batizado do Gustavo em 26/04/2015 com marido e filhos


A dinda orgulhosa com seus dois afilhados

Me senti muito honrada quando os meus dois irmãos me convidaram para batizar os meus sobrinhos. Acho que por eu ser a irmã mais velha, os meus irmãos me tem como um exemplo.
Depois de cinco anos saí da escola São João Bosco e fui para a escola Angelina Sassi Comandulli, localizada na zona norte do município, uma realidade de violência bem difícil. Trabalhei com alunos maiores. Confesso que a minha preferência é por alunos menores.
Depois de tantas experiências diferentes, resolvi fazer o Curso de Ciências Contábeis, pois vários colegas me diziam que tinha perfil para estar na gestão da escola. Como o município tem a Autonomia Financeira, onde são feitos repasses financeiros quadrimestrais e a escola gerencia os recursos. No final de cada quadrimestre é necessário fazer uma prestação de contas. Esse curso iria me dar a formação necessária para executar adequadamente a prestação de contas, pois seria mais uma atribuição da equipe diretiva.
 Depois de dois anos nesta escola me transferi para a escola Fioravante Webber, também da Zona norte e, após a minha formatura me candidatei a vice-diretora desta escola com o propósito de fazer as demonstrações contábeis dos recursos financeiros recebidos pela escola.


Formatura em Ciências Contábeis – com os pais e irmãos

Neste período tudo era bastante agitado, pois eu tinha a minha família e a escola para cuidar. Tentava acolher as necessidades de aprendizagem dos alunos e também as necessidades físicas do prédio da escola. Sonhava em torná-la um lugar bonito, prazeroso de estar e ao mesmo tempo onde se aprendesse. No nosso primeiro ano de mandato pintamos a escola, fizemos bebedouros, implantamos a Banda Marcial da escola,...
Que orgulho ouvir no microfone, enquanto desfilávamos, “A escola está sob a direção de ...,... e de Verlaine Maciel”. Me senti alguém importante. Tenho certeza que fiz parte da história daquela escola. No terceiro ano de mandato conseguimos através da mobilização da comunidade pelo Orçamento Participativo um ginásio de esportes para os alunos. Os índices de aprendizagem em comunidades carentes não são muito bons, mas o índice de satisfação pessoal era altíssimo.
Depois de oito anos deixei a escola Fioravante e fui para a escola Luiz Antunes que tinha ficado no meu coração, pois tinha sido a minha primeira experiência, onde eu tinha conhecido aquelas que eu não sabia, mas tinham sido ídolos profissionais, exemplos de dedicação e prazer no exercício da profissão.
No Luiz Antunes além da função de professora  do 4º Ano, também exerci a função de Coordenadora Pedagógica e de Bibliotecária.Nesta escola além de colegas conheci amigas. No 4º Ano tive muitas realizações ao realizar alguns projetos, ver os meus alunos se apresentando diante das famílias e a emoção dos pais e avós, isso não tem preço.


Mas depois de oito anos muito felizes nesta escola, precisei trocar para o turno da manhã, como não consegui nesta escola, fui para a Escola São Vicente de Paulo. Lá chegando em 2014, recebi a turma de 1º Ano, crianças de 06 anos, única turma que eu ainda não tinha trabalhado. Nossa que aflição nos primeiros dias. Tudo era novo e diferente. No entanto, com o passar dos dias me interei com os meus novos colegas e, a cada aluno que aprendia ler, a profe orgulhosa vibrava de felicidade. Também trabalhei na Secretaria da escola no turno da manhã.
 Neste mesmo ano completei 25 anos de trabalho e fui homenageada por isso.
Algumas pessoas pensam que é muito sacrifício e pouco dinheiro. Eu concordo que, pela importância na formação dos cidadãos os professores deveriam ser melhor remunerados, mas muito sacrifício não. Acho que eu gosto muito desse meio escolar. Preciso desses desafios. Me realizo em estar a frente de algum projeto pedagógico.         Agora em 2015, novamente assumi o desafio de ser vice diretora e empreender na escola tanto nas melhorias físicas como na melhoria dos índices de aprendizagem. Quando aceitei o desafio de candidatar-me no ano passado, pensei já tenho a formação técnica para gerenciar os recursos financeiros, então vou em busca de uma qualificação pedagógica. Quem para no tempo  para também na vida profissional. Comentei com uma colega, a querida Cíntia e dias depois ela me disse: __ Verlaine, vi no jornal um curso para ti! Na prorrogação das inscrições me inscrevi e PEAD, aqui estou eu.
             Vejam que interessante, no início deste ano, quando estávamos em reunião com a Secretária de Educação do município de Caxias do Sul, a senhora Marléa Ramos Alves, ela disse: “ __ Quem foi vidraça, jamais será pedra!” Fazendo uma analogia que a partir daquele momento seríamos vidraça, observados por todos, então saberíamos que era necessário respeitar quem estava nessa função e não apedrejar. E lendo o texto da professora de Educação Física, ela apresenta esse vocábulo “Vidraça”. Acredito que na nossa profissão precisamos ser o mais transparente possível, pois estamos sempre sendo observados e, algumas vezes, somos muito criticados e, criticas que doem mais do que pedras. Mas estar nessa profissão me motiva  a tentar ser um pouco melhor  a cada dia, sei que acontecem problemas e dificuldades, mas olho para trás e penso:  Estes vinte e cinco anos me deram  muitas experiências  e conquistas profissionais, preciso retribuir isso com o meu trabalho e assim alimentar o meu desejo por alavancar novas aprendizagens e harmonizar o ambiente escolar com a minha equipe de trabalho, alunos e comunidade.

Enfim, o que era uma brincadeira na minha infância, onde eu adorvaa montar o cenário de escolhinha e ser a profe Verlaine hoje é o meu dia-a-dia, uma fantasia que se tornou concreta.

3 comentários:

  1. Olá Verlaine! Lindo nome!!!Concordo!!!!
    É muito bom te conhecer um pouquinho mais!
    Teu portfólio está bem rico e tuas produções muito bem elaboradas!
    Este espaço serve justamente para este fim: registrar ideias, reflexões, dúvidas e certezas, neste sentido terás um portfólio muito bom.
    continuamos nos falando ;)
    Grande abraço

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  2. Estar a frente da direção de uma Escola e ainda zelar pela "vidraça" é algo inquietante certamente, pois não são poucas as vezes que as ações dos gestores não são bem aceitas por parte dos demais colegas. No entanto, é uma experiência muito gratificante ao final. Boa sorte, colega! Muita luz e discernimento em sua caminhada.
    Abraços.

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  3. Olá! Excelente registro realizado no blog! Com uma ampla reflexão. Nossa trajetória de vida é marcada por momentos e situações que vão potencializando a nossa caminhada. Os registros de fotos e vídeos auxiliaram a nossa compressão para compreender um pouco do registro das suas memórias. Postagem excelente!

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