O Conhecimento
de LIBRAS nas escolas atuais
Nesta semana, enquanto eu assistia os vídeos para realização
das tarefas da interdisciplina de LIBRAS, percebi o quanto foi difícil compreender a
comunicação dos portadores de deficiência auditiva, tive que rever várias vezes
para compreender, retomei as aulas anteriores com o alfabeto e as comunicações
gestuais, e ainda tive dificuldades.
Fiquei me questionando e pensando sobre o porquê das minhas
dificuldades e concluí que, embora eu já trabalhe há praticamente 27 anos em
escolas, nas escolas pelas quais eu passei, nunca vi a presença efetiva de algum colega
professor que dominasse LIBRAS, apenas eventuais. Resolvi pesquisar o que diz a lei sobre esse
assunto e me deparei com uma matéria muito interessante da Revista Nova Escola:
‘As escolas são obrigadas a manter um tradutor de libras nas salas de aula para os alunos com deficiência auditiva? O que fazer se a escola não tiver esse profissional?
O
Decreto Federal nº 5626, de 22 de dezembro de 2005, estabelece que alunos com
deficiência auditiva tenham o direito a uma educação bilíngue nas classes
regulares. Isso significa que eles precisam aprender a Língua Brasileira de
Sinais (Libras) como primeira língua e a Língua Portuguesa em sua modalidade
escrita como segunda língua. Por isso, a Língua Brasileira de Sinais deve ser
adquirida pelas crianças surdas o mais cedo possível - o que, em geral,
acontece na escola - preferencialmente na interlocução com outros surdos ou com
usuários de Libras.
Entre
2006 e 2009, o Ministério da Educação (MEC) certificou pouco mais de 5 mil
intérpretes pelo Prolibras - o Programa Nacional para Certificação de
Proficiência no Uso e Ensino da Língua Brasileira de Sinais - e, embora mais de
7,6 mil cursos superiores de Pedagogia, Fonoaudiologia e Letras ofereçam a
disciplina de Libras, ter o número de intérpretes necessário para atender a
demanda das escolas ainda é uma realidade distante.
Para
se ter ideia, na rede municipal de São Paulo há apenas 19 intérpretes
cadastrados, para atender mais de 300 alunos. Estima-se que no Brasil todo
exista apenas 230 intérpretes capacitados em salas de aula.
Como
medida paliativa, é importante que as escolas ofereçam aos surdos recursos
visuais que os ajudem em seu desenvolvimento. As disciplinas precisam ser
contextualizadas para que eles não fiquem de fora das atividades. A escola deve
oferecer também um apoio no contraturno, sempre com material pedagógico
ilustrado e com a maior quantidade possível de referências que possam ajudar:
caderno de vocabulários, dicionários, manuais em libras etc.”
Revista Nova
Escola, agosto de 2011.
A partir dessa reportagem pude
concluir que embora o decreto seja do ano de 2005, ou seja, de onze anos atrás;
poucos avanços tivemos na preocupação e garantia dos direitos dos portadores de
deficiências auditivas.
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