LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais)
Ter passado pela interdisciplina de LIBRAS me fez aprender o quanto eu ainda preciso aprender a respeito em formas conceituais do que é um surdo e de como lidar com o aluno surdo.
Sempre que eu via, em espaços públicos, o intérprete de Língua de Sinais eu ficava maravilhada com os gestos e principalmente com a contribuição que aqueles gestos davam às pessoas que não ouviam e pensava, quando eu tiver uma oportunidade quero aprender LIBRAS para compreender o surdo e ajudar na intercomunicação.
Quando vi no currículo a interdisciplina, fiquei muito feliz pela oportunidade; no entanto, decorrido algum tempo de estudos eu percebi a tamanha dificuldade que era para o seu aprendizado e ao realizar as leituras descobri que eu literalmente não sabia nada. Eu conceituava de forma inadequada o surdo, acreditava que incluí-lo na sociedade de ouvintes seria benéfico, enfim eu estava totalmente enganada na minha forma de pensar e agir em relação ao surdo.
Também percebi o quanto é difícil o aprendizado da língua de sinais, o quão complexa ela é para nós ouvintes e, muitas vezes, pensamos que tornar um indivíduo em um sujeito oralizado é algo bem simples, apenas questão de estímulos.
Nem sempre os questionamos se é isso que desejam, apenas queremos convencê-los de que o nosso grupo é melhor, não nos importamos com os seus anseios e suas lutas.
Ainda tenho a certeza que este é um longo caminho de aprendizado que eu tenho que percorrer para dizer que aprendi alguma coisa, entretanto, as leituras me deram mais segurança em entender que o surdo não necessariamente é mudo, que os tornamos mais felizes quando permitimos que ingressem na cultura dos ouvintes, o surdo quer ser respeitado na sua individualidade.
Nos temos que defender a inclusão do surdo nas sociedades oralizadas, mas permitindo que eles se expressem de acordo com os seus desejos.
A educação bilíngue deveria ser algo comum nos nossos currículos escolares, isso seria prova de respeito ao direito de todos.
"Para os surdos a língua de sinais e uma educação bilíngue são necessárias e
fundamentais para dar continuidade ao processo linguístico, histórico, identitário e
cultural desta comunidade."
(PONTIN, Bianca Ribeiro; ROSA, Emiliana Faria. Surdos. Texto da Apostila de Libras. UFRGS: 2014).
Nós temos que aceitar as diferenças e não salientar as deficiências.