Durante o semestre muitas indagações nos fizeram refletir do por quê termos Escolas de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil.
Certamente existem muitas respostas para este questionamento. No entanto, dentre elas gostaria de destacar uma resposta que acredito que nós professores temos que refletir, pois somos co-responsáveis com essa situação.
Quando existem dificuldades de aprendizagem, há também a desmotivação, o desinteresse pela escola que acaba levando a infrequência e, em muitos casos à evasão escolar.
A evasão escolar afasta o estudante do sistema escolar regular e só o traz de volta, tempos depois, como estudante da EJA.
Evidentemente que os estudos na interdisciplina com este mesmo nome abordou várias causas que provocaram a saída do sistema regular do ensino que envolve falta de políticas públicas adequadas,
falta de estímulo familiar, dificuldades de deslocamento , dentre outras.
Cabe a nós professores refletir sobre a nossa parcela de culpa para não sermos os agentes causadores dessa situação.
Muitas vezes temos em nossas salas de aula aquele estudante transgressor, que não está motivado para aprender, que não acessa à escola, enfim aquele estudante que certamente entrará para a estatística das reprovações e, esse fato se repetindo, afugentará o estudante da escola, o qual só retornará anos mais tarde por necessidade de emprego, melhoria de status social e desejo por aprender.
Um dos vídeos apresentados na disciplina com depoimentos de estudantes da EJA, egressos do sistema regular de ensino tinha um depoimento de um senhor que disse que deixou de ir a escola porque o chamaram de "não inteligente".
Um professor não pode compactuar com essa situação, quando não há aprendizagens tem investigar os motivos e as necessidades do estudante, não pode ser omisso desse papel, pois se o fizer será responsável pelo afastamento desse estudante.
Precisamos estar atentos a essa situação porque todo ser humano prefere que se pense que ele não aprendeu porque não teve vontade , porque é indisciplinado do que ter que admitir que possui dificuldades e precisa de ajuda do professor, de recursos pedagógicos diferenciados, de apoio de profissionais especializados da área da educação e da saúde.
É necessário ser pró-ativo nessa situação e interferir para provocar mudanças ou, em casos omissos responsáveis por esta evasão escolar.
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